Quando a Nara tinha 1 ano e pouco, “do nada” ela começou a acordar muito mais pela noite. Foi uma fase bem cansativa, eu demorei pra entender porque o sono dela estava tão alterado e porque me pedia tanto o peito. Não era pico ou salto de desenvolvimento, eu intuía que era outra coisa e só fui compreender o que tava acontecendo conversando com minha terapeuta na época. O que ela estava passando tinha mais a ver comigo e só quando me conscientizei disso pude fazer algo para ajudá-la.

Todos os anos, quando se aproxima o mês de maio, fico mais sensível emocionalmente. Isso porque se emendam os dias das mães na Espanha e no Brasil e o aniversário de falecimento da minha mãe, que é no começo do mês. Toda aquela atenção que minha filha estava me pedindo na verdade era COLO QUE ELA ESTAVA ME OFERECENDO por notar que eu não estava bem. Foi tão óbvio quando percebi isso. Como estávamos em plena fusão emocional, ela absorvia meu emocional, notava que eu estava mal e sentia necessidade de conectar mais comigo, de cuidar de mim. ❤

O que me ajudou foi conversar com a Nara durante o sono REM dela, explicando o que estava acontecendo comigo internamente e liberando ela de cuidar de mim. Eu agradeci o carinho e a atenção que ela estava me dando e esclareci que aqueles sentimentos de solidão e saudades eram meus, não dela, e que ela não precisava se preocupar comigo nem cuidar de mim, que eu estava me cuidando e ficaria bem. Repeti a conversa por alguns dias e aos poucos o sono dela foi se reestabelecendo. Eu me impressionei com a capacidade que nós mães temos de CURAR ATRAVÉS DA PALAVRA.

Achou interessante? Já publiquei este texto muitas vezes e fiz uma LIVE com a @clarissayakiara sobre “O Poder da Comunicação Entre Mães e Filhos”, contando como tenho conversado durante o sono com a Nara para ajudá-la a enfrentar medos relacionados à morte e ao crescimento, que ela tem tido durante o confinamento. Assista à reprise da live aqui!

✍️: Maíra Soares (@cantomaternar), Educadora Parental e Consultora em Criação Consciente